Produtividade em baixa:

Os dados sobre a queda de produtividade demonstrada pelo Fábio Di Giorgio são bastante interessantes. Apontam para um decréscimo nas produções tanto aqui no Brasil quanto na Flórida. Discute sobre as possíveis causas deste fato, apontando para problemas de ordem fitossanitária, onde o número de doenças introduzidas nas duas principais citriculturas do mundo ocorreu de forma mais rápida que a adoção de medidas de controle eficazes o suficiente para conter as quedas conseqüentes de produtividade.

Aponta que neste mesmo período outras culturas como o Café e a Soja tiverem sim um aumento significativo na produtividade, demonstrando entre outros fatores, um avanço em tecnologias (sementes, defensivos, adubos e corretivos, etc..) que promoveram um aumento na eficiência média de produção.

Avaliando-se por outro ângulo, existe uma diferença gritante não mencionada entre a Soja, o Café e a Laranja: a forma de estabelecimento de preços aos produtores. Enquanto soja e café têm boa formação de preços, com inúmeros compradores e fornecedores, ambos baseados nas cotações em bolsas, a laranja possui poucos compradores e uma concentração fantástica de grande parte do suco comercializado no mundo nas mãos das três maiores empresas do setor.

Quanto maior a concentração do poder de estabelecer os preços a serem pagos ao produtor de laranjas, maiores tenderão a serem as distorções entre os preços recebidos pelo produto processado final e o pago pela matéria prima. É quase inevitável que todos os problemas ocorridos durante o processamento e venda do suco tendam a ser repassados com muita intensidade aos produtores de laranja. Para simplificar: a indústria erra, o produtor paga. Se os preços no mercado internacional estavam posicionados abaixo de um patamar que pudesse remunerar toda a cadeia de produção, a culpa é de quem vendeu o suco e, mesmo respondendo por mais de 50% de todo o suco vendido no mundo, não conseguiu impor condições mais justas de preço.

Problemas de ordem fitossanitária ocorreram para todas as culturas citadas. O pacote tecnológico utilizado para resolver os problemas foi de certa forma semelhante, com exceção da oferta de novas variedades, que em citricultura ainda engatinhamos e infelizmente não existe perspectivas no curto prazo para resolver esta questão. A base genética dos citros não é muito grande, o que dificulta muito a obtenção de indivíduos mais produtivos e resistentes a pragas e doenças por meio de cruzamentos (hibridação).

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