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O tema sobre o custo de produção volta a ser importante. Em conversas paralelas, fui informado que o custo apurado para produção dentro de fazendas próprias e áreas arrendadas pela indústria, já com o retorno do capital investido, estaria na média em R$ 3.900,00 por ha, com uma produtividade média ao redor de 850 caixas. Isto dá um custo aproximado de R$ 4,60. O que for pago acima deste valor, é lucro.
Pela forma como a informação chegou, é impossível comparar as metodologias utilizadas com aquelas utilizadas pela Margarete Boteon. A diferença fica ao redor de 300% (considerando um custo aproximado de R$ 14,00). O mais importante é a convicção de que este era um número retirado do campo, que era plausível e fácil de ser atingido. Eles realmente acreditam que estão produzindo laranjas a este preço!
Quando tive mais contato com os envolvidos nestas apurações nas fazendas, ficou evidente que o ambiente era de competição entre as unidades para ver quem conseguia os melhores preços. Aqueles que conseguem produzir a um custo menor têm maiores chances de serem promovidos. Numa condição desta, não é difícil supor que ocorreu alguma manobra semelhante a que o nosso querido ex-presidente Lula fez no final de 2010 para mascarar índices econômicos ruins. Se o número não está a favor, ele tem que ser manipulado. Daí perde-se toda a base de comparação.
Tá na cara que estes números distorcidos, para os quais não se tem acesso as metodologias empregadas, é que estão sendo utilizados como base para preços por parte das indústrias de suco. Se a laranja deles é mais barata, para que eles irão pagar mais pela laranja dos fornecedores? O negócio é plantar mais e comprar menos. Quanto maior a proporção de fazendas próprias ou arrendadas nas indústrias, menor será a dependência em relação à laranja de cara dos fornecedores.
O problema deste tipo de raciocínio pode ser resumido em apenas uma pergunta: e se meus custos estiverem errados e realmente o custo de produção for mais alto que o aferido em minhas unidades? Bem. Neste caso acho que terá sido dado um passo em direção a um abismo. As indústrias não terão mais como repassar o custo de sua ineficiência para a produção de matérias primas e serão forçadas e fazer o que já deveriam ter feito em relação aos preços internacionais há muito tempo. É lógico que se corre o risco de, ao aumentar os preços do suco no mercado externo, outras empresas se sintam mais à vontade para investir no setor em outras regiões do mundo, aumentando desta forma a competição por mercados. Mas esta história ainda é muito longa e deverá ser abordada aos poucos junto com as próximas notícias.